domingo, 22 de janeiro de 2012

Reflexão final

E assim chegou ao fim o primeiro estágio do último ano da licenciatura em saúde ambiental, este estágio teve duração de 9 semanas, semanas essas de algum trabalho, aprendizagem e novas experiências que me alargaram o horizonte e me permitiram consolidar muitos conhecimentos adquiridos ao longo de 3 anos de curso e adquirir novos que nunca tinha tido oportunidade de observar e colocar em prática. A experiência do estágio na Unidade de Saúde Pública não correspondeu totalmente às minhas expectativas, pois penso que a nossa profissão não é totalmente valorizada e poderíamos realizar muito mais atividades da nossa competência que não nos são atribuídas. Inicialmente pensei que este estágio seria mais agitado pois a experiência dos alunos do ano anterior foi mesmo essa, no entanto, isso nem sempre se sucedeu talvez devido ao facto da altura do ano ser diferente, mas também das interrupções para férias e da pouca autonomia que alguns dos profissionais tinham para desenvolver certas atividades, que sempre dependiam de alguém hierarquicamente acima dos TSA.
Ao longo das 9 semanas as temáticas abordadas foram muitas, mesmo que abordadas uma única vez o facto é que foram muitos os temas desenvolvidos. Dos temas que desenvolvi os que mais me deram gosto de fazer foi a visita ao navio, as realizações e gravações das crónicas na rádio Sines, a colheita de carraças e larvas de mosquito e a colheita de águas, principalmente em piscinas. Estas foram atividades que nunca tinha realizado e que mais gosto me deram.
As atividades realizadas foram possíveis graças aos técnicos de saúde ambiental Diogo Sousa Gomes e Rosa Nunes Calado que sempre nos seguiram para todos os trabalhos desenvolvidos. Quero assim agradecer-lhes pelo contributo que me deram a nível profissional e pela amizade e apoio ao longo destas nove semanas. Quero ainda agradecer a toda a equipa de saúde pública e à direção executiva e clínica do ACESAL, em especial à Unidade de Saúde Pública de Santiago do Cacém. Agradeço ainda ao professor Manuel Albino pelo apoio e ajuda que me deu e por sempre me ter ouvido, mesmo quando a disponibilidade não era a maior sempre esteve atento às nossas preocupações e alegrias!
Estas nove semanas nem sempre foram fáceis de passar e foram algumas as dificuldades ultrapassadas que não seriam possíveis sem a ajuda e o apoio dos colegas e amigos Joel e Vera, a eles agradeço também a sua disponibilidade e acima de tudo a amizade J

É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.”
Aristóteles

Saúde Pública de A a Z

Tal como prometi aqui estão as crónicas realizadas e gravadas por mim, esta foi uma experiência que pude realizar duas vezes, a primeira sobre a temática da qualidade do ar interior e a segunda sobre equipamentos de queima. A experiência foi muito divertida, espero que gostem J

Oiçam AQUI para a qualidade do ar interior


Oiçam AQUI para equipamentos de queima

Sanidade Marítima


Através da historia da humanidade as doenças transmissíveis têm-se propagado de um continente a outro, e de um país a outro seguindo as comunicações terrestres, marítimas e aéreas. Nas últimas décadas do século anterior e no inicio do presente, o tráfico Internacional tem-se desenvolvido de uma maneira intensa, implicando um acréscimo do risco de importação de produtos e entrada de pessoas doentes ou portadoras, assim como de vectores ou hospedeiros intermediários de doenças, que encontrariam no nosso ecossistema um habitat favorável para o seu ulterior desenvolvimento, condicionando a possibilidade de transmissão dessas doenças entre os diferentes países que nos rodeiam.

As normas sanitárias de fronteiras surgiram e estabeleceram-se no mundo desde 17 de Janeiro de 1899 e pouco depois, no Ano de 1924, a comunidade internacional adotou o Código Sanitário Internacional vigente até hoje, embora tenha tido algumas modificações técnicas. Todos os postos fronteiriços em colaboração com as autoridades Sanitárias, Aduaneiras e Policiais deverão detetar e notificar, de acordo com o presente Regulamento os riscos de Saúde Pública, os eventos que possam constituir emergências de Saúde Pública Internacional.

O Regulamento Sanitário Internacional (RSI) que se encontra em vigor desde 15 de junho de 2007 foi transposto para o ordenamento jurídico português, através da publicação do Aviso nº 12/2008, in Diário da República, 1ª série nº 16, de 23 de janeiro de 2008. Este Regulamento, que alerta para a necessidade de intensificar a vigilância epidemiológica e controlo das doenças transmissíveis com perigo de disseminação internacional, insta os Estados-parte a adquirir, reforçar e manter as capacidades de resposta neste âmbito.

A Direção-Geral da Saúde, organismo que tutela a implementação do RSI em Portugal, consciente das responsabilidades inerentes a este processo, é instada a implementar plenamente o Regulamento, promovendo a aquisição, reforçando ou mantendo os requisitos exigidos e mobilizando os recursos necessários a esse fim.

Neste sentido, foram designados e comunicados à OMS, os portos internacionais que dispõem de requisitos mínimos previstos no Anexo 1 ao referido Regulamento, a saber:

·         Aveiro
·         Figueira da Foz
·         Funchal
·         Leixões
·         Lisboa
·         Ponta Delgada
·         Portimão
·         Setúbal
·         Sines
·         Viana do Castelo

A Livre Prática é o ato que confirma o estado sanitário do navio e autoriza a livre movimentação de pessoas e bens de e para o navio, à sua chegada a um porto. É concedida tacitamente em todas as situações em que não haja risco para a saúde pública associado à entrada ou saída de pessoas ou bens do navio. A decisão de não concessão de livre prática ou a sua suspensão é da responsabilidade da Autoridade de Saúde, devendo ser devidamente fundamentada.
Sempre que a Livre Prática não seja concedida ou seja suspensa, a Autoridade de Saúde deve informar, de imediato, por telefone, fax ou e-mail, o comandante do navio, o capitão do porto, o agente de navegação, a Administração Portuária, a Alfândega, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ou qualquer outra entidade que se considere necessário, em função da especificidade da situação.
Logo que seja levantada a suspensão, a Autoridade de Saúde avisará as mesmas entidades por telefone, fax ou correio eletrónico.
Durante a estadia do navio em porto, poderá ser necessária a realização de vistoria para verificar as condições exigidas no Certificado de Controlo Sanitário do Navio (CCSN). Caso o certificado exibido se encontre caducado, haverá, obrigatoriamente, lugar a nova vistoria. No caso de o certificado expirar no prazo máximo de 15 dias, poderá ser realizada vistoria para emissão de novo certificado, se solicitado e mediante a disponibilidade do Serviço. As vistorias aos navios deverão ter como base o documento constante do Anexo 3 do Regulamento Sanitário Internacional.
Devem ser efetuadas vistorias ao navio sempre que haja lugar à emissão de Certificado de Controlo Sanitário do Navio, devem igualmente ser efetuadas vistorias de acordo com o programa de vigilância sanitária dos navios em cada porto e sempre que o Serviço de Sanidade Marítima ou a Autoridade de Saúde considerem necessário (e.g. navio com antecedentes de más condições higio-sanitárias e/ou com recomendações de vistoria anterior não completamente satisfeitas). A vistoria pode originar a suspensão de Livre Prática ou a não emissão do Desembaraço Sanitário.
No caso de deteção de não conformidades (como prorrogações emitidas fora de validade, duplas prorrogações, certificados emitidos em portos não autorizados, etc.) deverá ser informado o porto envolvido, bem como o Ponto Focal Nacional, a fim de procederem em conformidade.
A vigilância sanitária das instalações e equipamentos portuários, igualmente prevista no Regulamento Sanitário Internacional deve incluir, programas específicos para:
- Abastecimento de água potável;
- Estabelecimentos de restauração;
- Instalações sanitárias públicas;
- Serviços de gestão apropriada de resíduos sólidos e líquidos;
- Controlo dos vetores e dos seus reservatórios nos portos e respetivos perímetros;
- Postos médicos na área geográfica do porto.

Esta atividade foi realizada por nós uma única vez e já foi referida numa anterior publicação, infelizmente na altura não aplicámos a checklist de controlo sanitário, pois estava prevista outra visita, no entanto, essa visita não ocorreu porque nos dias em que era pretendido vistoriar um navio, não existia nenhum atracado no porto, portanto ficámos apenas com a informação e com a experiência da primeira visita.

Colheita de Carraças

Numa anterior publicação já falei do programa revive, apenas faltou falar dos ixodídeos, mais conhecidos por carraças.
Os ixodídeos existem em quase todas as regiões zoogeográficas, parasitando uma ampla variedade de hospedeiros como mamíferos, aves, répteis e anfíbios. As carraças alimentam-se do sangue do hospedeiro, geralmente de animais domésticos, silvestres e ocasionalmente o Homem. Cada espécie pode transmitir diversos agentes infeciosos que causam doença no Homem, nomeadamente a borreliose de Lyme e a febre escaro-nodular (febre da carraça), que em Portugal é a doença de notificação obrigatória desde 1950.
Existem cerca de 889 espécies de carraças em todo o mundo, cerca de urna dezena dessas espécies estão presentes em Portugal. Trata-se de um ectoparasita que necessita de 1, 2 ou 3 hospedeiros (animais a partir dos quais se alimenta para se reproduzir e sobreviver), consoante a espécie de carraça em causa. Este agente infecioso terá tendência a proliferar no nosso país, quer pelo crescente aumento do efetivo animal (nomeadamente de cães e gatos abandonados), quer pelo nosso clima cada vez mais quente. A carraça, quando portadora de micróbios, representa um perigo para a saúde pública.



Como vive a carraça?

Pelas características morfológicas básicas destes seres podemos dividi-los em:


·    Carraças "duras", em que a cutícula (ou "carapaça") que as reveste é dura;

·    Carraças "moles", em que a cutícula é mole, estando normalmente mais confinadas às orelhas dos animais, às ranhuras do solo e paredes e outros habitats com condições ambientais estáveis.



As carraças podem parasitar uma gama muito extensa de animais: ruminantes domésticos e selvagens, equinos, suínos, cães, gatos, roedores, lagomorfos, aves, entre outros, a partir dos quais se vão alimentar do seu sangue.



Existem carraças que só parasitam um hospedeiro durante o seu cicio de vida, enquanto que, existem outras que podem parasitar 2 ou 3 hospedeiros diferentes, depende da espécie de carraça em causa. O ciclo de vida da carraça divide-se em 4 fases de desenvolvimento: o ovo, a larva, a ninfa e o adulto. Em todas estas fases podem parasitar um hospedeiro. Uma carraça adulta pode originar entre 2000 a 20000 ovos, os quais se irão destacar do hospedeiro e serão depositados no solo, preferencialmente em zonas de vegetação de baixa ou média altura, com algum grau de humidade. Assim, os "verdes campos" constituem uma ótima armadilha para os hospedeiros, como os ruminantes em pastoreio ou os cães e gatos em plena.





Consoante a espécie da carraça em causa, teremos um hospedeiro preferencial, assim como a sua distribuição corporal será diferente. Por exemplo, existe uma espécie de carraça (Ixodes scapularis) que pode parasitar répteis e roedores; existe uma outra (Amblyoma americanum) que é a espécie mais agressiva para os humanos e seus animais domésticos. A mais comum é a Rhipicephalus sanguineus (uma carraça de corpo castanho), que tem a tendência de parasitar as orelhas, pescoço e dedos dos cães.




E que tipos de doenças podem as carraças transmitir aos humanos?



A célebre "febre da carraça" ou "febre dos fenos" não são mais do que infeções transmitidas pela carraça aquando de uma picada da mesma num humano. O período de incubação depende do agente micróbiano transmitido pela carraça, e varia desde os 3 aos 30 dias sem sintomas. Por exemplo, na febre escaro-nodular de Ricardo Jorge (ou botonosa mediten-Anica), normalmente começa por uma lesão primária (pequena úlcera vermelha coberta por uma "pontuação" negra) ao nível da picada da carraça na pele, passados 3 a 7 dias aparece a febre, dores de cabeça, musculares e articulares; gânglios linfáticos aumentados; ao nível da pele existe uma erupção generalizada, primeiro macular e depois maculopapular, a mortalidade é baixa. Os sinais que poderão aparecer em humanos infetados pelo agente microbiano acima mencionados são: febre, dor de cabeça, "rash" cutâneo, mialgias, presença de picada de um inseto, náusea e vómitos, dor abdominal, conjuntivite, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, perda de equilíbrio, estado mental alterado, artrites, icterícia, entre outros. Portanto, evite expor-se à picada através de:
  • Use roupa clara;
  • Cubra a maior parte do seu corpo;
  • Não utilize roupa que deixe as carraças agarrar, como por exemplo cachecol, lenços, entre outros;
  • Inspecione todo o corpo no final do dia, principalmente as zonas entre os dedos e atrás das orelhas, entre outras que estejam mais escondidas.


Caso seja picado:

  • Retire a carraça assim que a detete com uma pinça rodando ligeiramente a mesma e desinfete a zona onde ela estava presa com uma solução desinfetante.


Em caso de dúvidas ou de picada consulte o seu médico de família.


A prevenção é, pois, a arma mais forte que o dono do animal de estimação tem ao seu dispor no controle de carraças e doenças por elas veiculadas.



Na quinta-feira à tarde realizámos uma atividade que nunca tínhamos realizado, a colheita de carraças. Esta colheita foi feita apenas através da técnica Flagging e o local foi junto da estação ornitológica nacional da reserva natural da lagoa de Santo André. A técnica referida consiste na passagem de um pano turco, de cor branca sob a vegetação. Depois de arrastarmos esse pano durante uns 5 a 6 passos viramos o mesmo com cuidado. As carraças que fomos capturando eram recolhidas com uma pinça e colocadas num recipiente rolhado com alguma erva no interior, a fim de, manter a humidade. Uma vez realizada a colheita, preenchemos o boletim respetivo e conservamos as carraças num local refrigerado.











Na colheita realizada registámos a temperatura e a humidade através do termo-higrómetro.


No dia seguinte, logo pela manhã deslocámo-nos ao CEVDI (Centro de estudos de vetores e doenças infeciosas) em Águas de Moura, a fim de entregarmos as carraças e larvas de mosquito capturados e de realizarmos uma visita ao laboratório do local.

O CEVDI assegura o diagnóstico de referência, a vigilância epidemiológica e a investigação científica e dá apoio ao desenvolvimento de estudos na área dos agentes infeciosos transmitidos por vetores ao Homem e outros animais. Algumas das doenças estudadas nesse centro são a borreliose de Lyme, tularémia, febre Q, febre escaro-nodular e outras rickettsioses, Febre por West Nile, Chikungunya e dengue, arenaviroses e hantaviroses e outras febres hemorrágicas virais. No presente, o CEVDI é responsável pela implementação e execução do programa REVIVE, um projeto nacional de vigilância dos artrópodes vetores. Na visita a este local foram-nos apresentadas as instalações e tivemos a oportunidade de ver, a microscópio, as carraças e larvas que mosquito que tínhamos capturado. Pudemos ainda ver o museu onde existem algumas técnicas que eram usadas antigamente e também algumas espécies que foram registadas.






IX semana

Esta foi a última semana de estágio na unidade de saúde pública do ACESAL de Santiago do Cacém, semana essa bastante agitada, talvez por ser a última, tentámos fazer um pouco do que ainda não tínhamos feito. As atividades realizadas passaram por:

·       Auditoria a duas unidades de cuidados continuados do concelho de Santiago do Cacém;
·       Realização de três folhetos sobre poupança de água e higienização das mãos dos utentes e dos profissionais de saúde;
·       Ação de formação sobre prática de exercício físico e alimentação saudável realizadas pelo doutor Mário Jorge e pelo TSA Diogo Gomes a alunos de desporto da escola secundária de Vila Nova de Santo André;
·       Colheita de águas de abastecimento público;
·       Reunião de saúde escolar;
·       Colheita de carraças e larvas de mosquito;
·       Visita ao centro de estudos de vetores e doenças infeciosas (CEVDI) em Águas de Moura;
·       Vistoria um bar de alterne.

Auditoria aos serviços de cuidados continuados
            Foi feito um pedido de auditoria por parte da direção das unidades de cuidados continuados ao serviço de saúde pública, a fim de que fosse elaborado um auto dessa auditoria para que essas unidades pudessem concorrer a uma certificação pretendia pelos mesmos. Nesta auditoria estiveram presentes o Dr. Joaquim Toro, a TSA Rosa e os estagiários.
            Durante a auditoria visitámos duas unidades de cuidados continuados, a primeira era mais pequena, sendo que existia uma cozinha mas que apenas servia para fazer o pequeno-almoço e lanche, pois o almoço e jantar eram feitos na outra unidade e transportado para aquela. Existia também a sala de refeições, a sala de lavagem, o armazém de resíduos, a sala de enfermagem e a sala de fisioterapia. Nesta unidade foram encontrados apenas pequenos aspetos a corrigir, tais como:

·         Uma falha no revestimento do pavimento da cozinha;
·         A grelha de refrigeração do frigorífico que se encontrava conspurcada;
·         Cheiro a esgoto que indicia falhas na sinfonagem;
·         Pavimento das instalações sanitárias sem características antiderrapantes.


A segunda unidade de cuidados continuados era bem maior e nesta existia as mesmas salas que na anterior, sendo elas maiores e em maior quantidade, pois existiam dois pisos. Não foram encontradas nenhumas anomalias exceto na cozinha que realizava todas as refeições, não só para esta unidade mas também para a outra. A cozinha encontrava-se no piso -1 e estava com alguns problemas que seria necessário corrigir, tais como:
·        Pavimento que estava em mau estado de conservação pois tinha sido pintado com uma tinta de areia que se estava a soltar;
·        Extintor de combate a incêndio que se encontrava atrás de um recipiente sem que fosse possível chegar até ele rapidamente;
·        Acumulação de gelo junto à porta da câmara de congelação que indicia falha no isolamento;
·       Caixas de cartão nas câmaras de congelação e refrigeração;
·       Falta de ventilação nos armazéns de acondicionamento de géneros alimentícios;
·       Armários de loiça limpa exposta ao pó;
·       Instalações sanitárias sem ventilação;
·       Humidade e presença de fungos no teto da zona de confeção.








No final da auditoria foi realizado o auto da mesma a fim de procederem às melhorias e correções propostas. Este foi uma visita importante, uma vez que, nunca tínhamos visitado nenhum estabelecimento do género. O aspeto mais preocupante foi na zona de confeção de alimentos e será aí que deverão proceder às correções com maior rapidez.



Realização de folhetos sobre poupança de água e higienização das mãos dos utentes e dos profissionais de saúde

            Nesta semana foi-nos pedido a realização de folhetos de higienização das mãos dos utentes e dos profissionais de saúde, uma vez que, este tema é muito importante e não pode ser esquecido, pois com um pequeno gesto como a lavagem e desinfeção das mãos se podem prevenir infeções hospitalares e inclusivamente salvar vidas. Nos folhetos podem retirar informação muito importante, para isso, basta apenas clicar sobre as imagens.

Nós sugerimos também a realização de um folheto sobre a poupança de água e isto deve-se ao facto da estação do ano em que nos encontramos e da falta de precipitação que se sente nesta altura, se não pouparmos água agora, quando chegarmos às estações do ano mais quentes não vamos ter água e sem água ninguém vive. No folheto seguinte vão poder ler algumas estratégias que todos nós devemos adotar.





Ação de formação sobre prática de exercício físico e alimentação saudável


            Na terça-feira de manhã deslocámo-nos à cidade de Vila Nova de Santo André, em conjunto com o doutor Mário Jorge e o TSA Diogo a fim de estes realizarem uma formação de alimentação saudável e prática de exercício físico aos alunos de desporto da escola secundária local. Esta formação foi dada pelos dois profissionais em que o Dr. Mário falou do exercício físico, da sua utilidade e da prevenção de muitas doenças e o TSA Diogo falou de alimentação, não só de como esta deve ser feita mas também dos seus benefícios. O TSA Diogo na sua exposição conseguiu ainda complementar este tema com a segurança alimentar e alertou os alunos para a importância das nossas vistorias em estabelecimentos de restauração, da leitura dos rótulos das águas para consumo humano e do processo que o alimento deve passar desde a sua fase de criação até à fase de confeção e distribuição. Os alunos mostraram-se bastante interessados nestas duas temáticas interferindo algumas vezes nas apresentações. Para nós foi bom percebermos que algumas pessoas sabem a importância da nossa profissão e ficam interessados em conhecê-la melhor.



Reunião de saúde escolar

A reunião de saúde escolar decorreu na sede da unidade de saúde pública (Santiago do Cacém), nesta reunião estavam presentes alguns profissionais de todo o agrupamento do Alentejo Litoral, tais como enfermeiros, médicos, uma higienista oral, uma terapeuta da fala e alguns técnicos de saúde ambiental. A reunião serviu para falar de algumas orientações que surgiram e estão à espera de serem aprovadas. Falámos do programa de saúde escolar deste ano e das atividades que têm de ser realizadas, aos enfermeiros coube a tarefa da vacinação e falaram um pouco dela, quem fez também uma exposição foi a terapeuta da fala que apresentou a necessidade da sua intervenção e as suas atividades com as crianças. Também aos técnicos de saúde ambiental coube-lhes uma apresentação sobre a nova listagem de avaliação das condições de higiene, segurança e saúde nos estabelecimentos de educação e ensino. Esta nova listagem está muito melhor que a antiga mas existem alguns pontos que devem ser alterados a fim de melhorar a atuação dos técnicos nesta temática.

A reunião foi muito interessante porque vimos toda uma equipa de profissionais de saúde a trabalhar em conjunto a fim de garantir uma melhoria na saúde das crianças e jovens.


Vistoria um bar de alterne



A nossa última atividade realizou-se na sexta-feira à noite e foi uma vistoria a um bar de alterne, esta vistoria foi um pouco diferente das que estamos habituados a realizar devido ao facto do ambiente ser completamente diferente. A nível estrutural existiam duas instalações sanitárias sem antecâmara e ventilação, existia um pequeno local onde estavam as bebidas e uma pequena copa onde as lâmpadas não tinham proteção e a higienização do espaço não era a melhor. Neste bar era permitido fumar, no entanto, penso que a ventilação do espaço não era a ideal e o fumo era muito. Na visita fomos acompanhados pelo delegado de saúde e pelos dois TSA, o delegado de saúde falou com o dono para que este alertasse as funcionárias da importância da visita destas ao centro de saúde para fazer testes de despistagem de algumas doenças e realizarem consultas de planeamento familiar.

            A nível pessoal a vistoria foi inesperada pois não sabia o que estava à espera e o espaço em si era uma espaço escuro com muito fumo, no entanto, foi uma vistoria diferente que todos nós tínhamos curiosidade e que provavelmente será difícil voltáramos a ter uma experiência destas.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Saúde Escolar

A saúde é um conceito positivo, um recurso quotidiano que implica um estado completo de bem-estar físico, social e mental e não apenas a ausência de doença e/ou enfermidade (OMS, 1993). Dentro desta perspetiva, a Educação para a Saúde deve ter como finalidade a preservação da saúde individual e coletiva.

Posteriormente, a OMS, com a carta de Ottawa, definiu Promoção da Saúde como “Processo que possibilita às pessoas aumentar o seu domínio sobre a saúde e melhorá-la”, ou seja, co-responsabilizou o indivíduo pela sua saúde e pela saúde da comunidade.

Em contexto escolar, Educar para a Saúde consiste em dotar as crianças e os jovens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões adequadas à sua saúde e ao seu bem-estar físico, social e mental, bem como a saúde dos que os rodeiam, conferindo-lhes assim um papel interventivo. A ausência de informação incapacita e/ou dificulta a tomada de decisão. Daí, a importância da abordagem da Educação para a Saúde em meio escolar.

As estratégias do Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) inscrevem-se na área da melhoria da saúde das crianças e dos jovens e da restante comunidade educativa, com propostas de atividades assentes em dois eixos: a vigilância e proteção da saúde e a aquisição de conhecimentos, capacidades e competências em promoção da saúde. No desenvolvimento destas atividades, as equipas de saúde escolar assumem um papel ativo na gestão dos determinantes da saúde da comunidade educativa, contribuindo desse modo para a obtenção de ganhos em saúde, a médio e longo prazo, da população portuguesa.

O Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) tem como finalidades:

  • Promover e proteger a saúde e prevenir a doença na comunidade educativa;
  • Apoiar a inclusão escolar de crianças com necessidades de saúde e educativas especiais;
  • Promover um ambiente escolar seguro e saudável;
  • Reforçar os fatores de proteção relacionados com os estilos de vida saudáveis;
  • Contribuir para o desenvolvimento dos princípios das escolas promotoras da saúde.


A escola, constituindo-se como um espaço seguro e saudável, facilita a adoção de comportamentos mais saudáveis, encontrando-se por isso numa posição ideal para promover e manter a saúde da comunidade educativa e da comunidade envolvente. É importante que todos se consciencializem de que a par do trabalho de transmissão de saberes organizados em disciplinas, à escola compete, também, educar para os valores, promover a saúde, a formação e a participação cívica dos alunos, num processo de aquisição de competências que sustentem as aprendizagens ao longo da vida e promovam a autonomia.



Ambiente escolar

A evidência científica tem demonstrado que existe uma relação entre a qualidade do ambiente e a saúde das crianças.

As principais ameaças à saúde das crianças advêm de deficientes condições de vida básicas, tais como a poluição do ar interior e exterior, a água insalubre, os alimentos inseguros, o saneamento básico impróprio, as construções inadequadas, mas também os deficientes sistemas de mobilidade e transportes, o ruído, os produtos químicos e os campos eletromagnéticos, entre outros. O impacto destas situações ambientais faz-se sentir sobretudo na saúde das crianças, especialmente antes dos 6 anos de idade. Os membros mais vulneráveis de uma sociedade não deverão pagar o preço da incapacidade dessa mesma sociedade em os proteger dos riscos do meio ambiente.


A escola, na procura permanente de um ambiente mais saudável para as crianças, deverá assegurar saneamento básico, água de qualidade, ambiente de suporte à atividade física e à mobilidade segura, ar interior e exterior livres de poluição, assim como reduzir a exposição das crianças aos riscos físicos, químicos e biológicos.



Uma forma de conhecer a vulnerabilidade das instalações, dos equipamentos e dos espaços onde as crianças brincam e circulam é através da identificação dos riscos no ambiente escolar, com o objetivo de os corrigir ou eliminar. Este procedimento implica um diagnóstico de situação com propostas de correção e o envolvimento das entidades responsáveis pelos estabelecimentos de educação e ensino, na adoção de soluções.

Os projetos e atividades, relacionadas com a comunidade educativa e os riscos do ambiente na saúde, deverão apelar à participação dos jovens nos processos de tomada de decisão e no desenvolvimento de ações que contribuam para um ambiente saudável e sustentável, através da partilha de boas práticas e de um trabalho em rede.


No contexto da intervenção de Saúde Escolar, as atividades de apoio à promoção de um ambiente seguro e saudável deverão ser dirigidas para:

·         Conscientizar a comunidade educativa para a vulnerabilidade das crianças face aos riscos ambientais que constituem as principais ameaças à sua saúde, nomeadamente: poluição atmosférica, saneamento inadequado, ruído, químicos perigosos, radiações e campos eletromagnéticos, entre outros, e as formas de os reduzir;

·         Envolver os jovens nos projetos de Educação para o Ambiente e a Saúde;

·         Promover a Segurança e contribuir para Prevenir os Acidentes: rodoviários, domésticos e de lazer ou de trabalho, quer eles ocorram na escola, no espaço peri escolar ou no espaço de jogo e recreio;

·         Monitorizar os acidentes ocorridos na escola e no espaço peri escolar;

·         Avaliar as condições de Segurança, Higiene e Saúde nos Estabelecimentos de Educação e Ensino, incluindo cantinas, bares e bufetes e espaços de jogo e recreio, com os Serviços de Saúde Pública, envolvendo o órgão de gestão da escola e toda a comunidade educativa, as autarquias, as associações de pais, forças de segurança, proteção civil e bombeiros.


É com este último ponto que fica justificado a intervenção da saúde pública na importância da saúde escolar. Na primeira semana depois da pausa para férias deslocámo-nos a uma escola do concelho para avaliarmos as condições de segurança, higiene e saúde do estabelecimento de educação e ensino em causa, este foi o nosso primeiro contato com este tema e para isso, utilizamos um formulário da direção geral de saúde. Com este formulário apercebemo-nos que existiam algumas lacunas na escola em causa. Depois da visita realizámos o relatório em que é descrito todas as anomalias encontradas, esse auto á apresentado de seguida.

Clique aqui para ver!

 
Depois da realização do respetivo relatório este é enviado para a escola na qual fizemos a avaliação, a fim de que a direção da mesma avise o ministério da educação para que este proceda às melhorias propostas, no entanto, na maior parte das vezes o que a escola referiu é que como o ministério da educação não tem fins montários para enviar para a escola a direcção desta proceda às melhorias dos pequenos problemas que tem capacidade para resolver. Com esta experiência fiquei a perceber melhor a nossa atuação nesta área e a importância da mesma.